Coisas aleatórias numa tarde de terça-feira

Pois é, quem é vivo sempre aparece, não é mesmo? E aqui estou eu com aqueles drops de novidades pra compensar o tempo em que estive longe…

1. Sinto falta de escrever no blog, gente, juro. Às vezes a vida dá aquelas voltas e somos tomados por outras situações… Mas estou aqui com vários meios posts escritos e uma lista de outros que (espero) ainda virão.

2. E a super novidade que eu tenho pra contar pra vocês é que sou universitária de novo! Quem acompanha o que escrevo aqui, sabe que estou envolvida com cinema&educação faz bastante tempo, sou apaixonada por literatura infantil, eu trabalho pra faculdade de Educação da universidade… Então tomei a decisão de fazer o Enem no ano passado pra tentar Pedagogia. Não fui chamada no primeiro semestre e já tinha até desistido um pouco da ideia. Eis que fui chamada agora pro segundo semestre! Foi uma surpresa e tanto. Eu realmente tinha zero esperanças de entrar…

Enfim, sinto que ganhei uma segunda chance e agora com mais vontade e um pouco mais de certeza do que eu quero fazer do que quando tinha 17 anos…

3. Eu já tinha compartilhado com vocês algumas fotos de um filme que gravamos no início do ano. Ele já tá quase pronto! E acabamos de gravar outro no mês passado. Ou seja, em breve vou ter dois curtas pra mostrar pra vocês! Estamos super produtivos esse ano, ao que parece!

É isso tudo, gente. Deixo vocês com a indicação de um banda que descobri que recentemente! Acho que quem me conhece um pouco mais vai saber porque gostei tanto… espero que curtam também. Até a próxima!

O menino que queria saber

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Miguel era uma menino que queria saber muitas coisas. A impressão que ele tinha é que todo mundo sabia as respostas, mas nem sempre queriam responder suas perguntas. Seus pais, a professora, o gato, o passarinho… todos sabiam tudo, menos ele. Até que Miguel um dia ficou sabendo da Máquina-que-sabe-tudo e resolveu ir atrás dela, que parecia ser a única solução para os seus problemas.

Spoiler inofensivo número 1: nós não sabemos exatamente o que ele quer saber.

Spoiler inofensivo número 2: o caminho pra chegar até a Máquina é muito mais interessante do que todo o resto.

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Só pra variar, esse é um daqueles livros infantis que servem super bem pra nós adultos.

Quem nunca esteve com uma criança que faz perguntas sobre tudo o tempo todo? E quem nunca cresceu e continua com vontade de fazer perguntas mas só que agora tem vergonha? Pra essa pergunta posso responder: euzinha.

Esse livro, então, me fez pensar em duas coisas.

A primeira é algo que eu já falei aqui no blog nesse outro post sobre como parece que com o tempo vamos perdendo essa curiosidade inocente pelas coisas do mundo. Seja por falta de tempo, de paciência, de interesse…

A segunda coisa é que, por causa disso, acho que acabamos querendo as respostas rápido demais e talvez mastigadas demais porque, novamente, isso poupa tempo, paciência e interesse por algo que talvez não interesse tanto naquela hora. E aí, vira um ciclo. Não é fácil colocar na cabeça que o processo e as experiências do meio do caminho são mais importantes do que o resultado das coisas.

Mas Miguel é um menino que não tem medo de perguntar e que não tem medo de ir atrás das respostas e se aventurar nesses caminhos de insegurança. Quando ele ficou sabendo da existência da Máquina, descobriu que ela ficava na cidade grande. Só que pra chegar até lá, ele teria que atravessar toda a floresta, habitada por feiticeiras, monstros e animais ferozes.

Bom, atravessar a floresta não ia ser tão fácil assim.

O menino sentou-se numa pedra à beira do caminho para resolver desistir de tudo e voltar para casa sem saber, ou continuar e enfrentar os perigos para encontrar a tal máquina.”

E aí, vocês se arriscariam?

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Bom, pra quem ainda não sabe, esse post é resultado da parceria do blog com as Editoras Biruta e Gaivota, que são dedicadas à literatura infantil e juvenil, além de terem publicações sobre educação voltada pra professores. Quem me acompanha por aqui, já sabe que eu rodeio essas áreas há muito tempo e fico feliz de ser parceira de uma editora que trabalha exclusivamente com esse público.

Os livros são só amor e fiquei perdidinha pra escolher qual eu queria! Mas só pela sinopse, eu já senti que esse teria muito a ver com várias questões que já discuti por aqui. E estava certa.

O Menino que queria saber foi escrito por Marion Villas Boas, com ilustrações de Marta Strauch, e lançado em 2011 pela Biruta. No link do site tem como vocês verem o livro por dentro! Passem por lá!

Aquele texto sem título

Poucas pessoas devem saber, mas a piscina é um bom lugar pra chorar quando você não pode ficar sozinha e não quer que ninguém te veja fazendo isso.

Em primeiro lugar, você já está molhada, dentro da água. Impossível dizer a diferença entre uma lágrima escorrendo e as gotas da piscina espalhadas pelo corpo. Em segundo lugar, você está suada, vermelha e quente, então as manchas no seu rosto não vão ficar aparentes. E ainda tem a possibilidade de usar óculos escuros pra ajudar.

Além disso, todo mundo ao seu entorno está preocupado com as próprias coisas, bronzeado, suor, óculos escuros e diversão. Se você permanecer boiando de barriga pra cima, totalmente imóvel e em silêncio, aos pouco sua presença vai sendo deixada de lado.

Enquanto você chora sem ninguém perceber, pode aproveitar pra olhar as nuvens, o que pode te acalmar ou te fazer sentir menos mal. Sempre gostei de observar nuvens. Elas são totalmente mutáveis e ao mesmo tempo únicas em seus milésimos segundos de existência. Se transformam num piscar de olhos ou mais rápido do que isso. A menos que você tire uma foto, não é possível ver a mesma nuvem duas vezes. Um espetáculo que acontece todos os dias bem em cima da nossa cabeça e que muitas vezes passa despercebido. Como tantos outros na vida. Mas não acho que saberíamos lidar com muitos espetáculos para serem observados ao mesmo tempo. Já está de bom tamanho conseguir perceber pelo menos um.

Então, agora talvez mais calma, você pode mergulhar e lavar as gotinhas salgadas na água cheia de cloro, bem a tempo de ouvir alguém chamar seu nome. Passou, você sai da piscina tranquilamente. Nenhuma marca, nenhum barulho.

Sempre me pergunto se alguém percebe minhas lágrimas na piscina ou se elas se misturam e se integram facilmente ao resto da água. Espero que ninguém perceba. Esse é um espetáculo que ninguém precisa ver.

*

Pois é, quem já me conhece sabe que de tempos em tempos crio a famigerada coragem e posto algum texto que escrevi por aqui. Hoje acordei com essa vontade e aí está.

Filmes da semana #16

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E não é que eu andei assistindo a alguns filmes? Não tanto quanto eu gostaria, mas… De qualquer forma o final de semana tá chegando e se você tá sem ideias e querendo umas dicas de filmes pra assistir, deixo aqui minhas recomendações!

Heathers (Michael Lehmann, 1988)

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Com o nome horroroso em português Atração Fatal, esse filme é tipo uma versão de Meninas Malvadas + As Patricinhas de Beverly Hills só que nos anos 80 e com mortes e crimes.

Veronica, que costumava ser uma garota “comum” na escola, acabou se envolvendo com um grupo de patricinhas comandado por uma menina chamada Heather. Vocês sabem, aquele estereótipo norte-americano das patricinhas. Percebendo que as meninas eram esnobes, que maltratavam os outros e que isso não iria lhe trazer nenhum bem, Veronica se juntou com um cara esquisitão da escola pra se vingar de todas as cool kids.

Primeiro: não fazia ideia da existência desse filme. Só assisti porque vi que a Winona Ryder tá no elenco e eu andei muito numa fase de Winona Ryder. Acabou que foi uma surpresa boa. Segundo: estamos muito acostumados com esses filmes high school, mas esse é mais pesado que o normal e eu certamente não recomendaria pra uma criança/adolescente porque, né, não queremos mortes nas escolas. Enfim, se você é fã de filmes dos anos 80 ou da Winona, vai na fé que vai ser bom.

*

O Espelho (Andrei Tarkovsky, 1975)

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O Espelho (Zerkalo, no original) não é o filme mais fácil de descrever. Tudo que eu poderia contar pra vocês foi o que descobri enquanto assistia ou então que pensei só depois que ele terminou.

Ele foi escrito e dirigido pelo Tarkovsky e você provavelmente vai ler em todos os lugares que o filme é autobiográfico. Não conheço bem a vida dele pra confirmar isso e, convenhamos, essa coisa de realidade e ficção se confunde muito fácil.

Eu diria que o filme é um pouco como o retrato da vida e das memórias de um homem e também um retrato da vida na Rússia nos tempos da guerra. Não é um filme de ação, já aviso. É aquele filme pra assistir com disposição e atenção. Eu sugiro que vocês assistam ao trailer. Vocês vão entender melhor a vibe e vai ser melhor do que qualquer coisa que eu possa escrever aqui. Mas, ó, Tarkovsky é bom e bonito demais, isso não dá pra negar.

*

Ruby Sparks (Jonathan Dayton, Valerie Faris, 2012)

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Calvin é um escritor que tá lutando pra escrever seu novo romance. Tentando sair desse bloqueio, ele acaba criando uma personagem, Ruby Sparks, que se transforma em sua amiga e sua namorada e eles vivem vários bons momentos juntos. Até que um dia ele percebe que não estava vivendo aquilo tudo na sua cabeça, ou no seu livro, mas que Ruby era real.

Vamos combinar que esse tema do escritor que não consegue escrever é bem clichê e tá presente em muitos filmes. Eu nem tava muito animada com Ruby Sparks, mas pensei que seria um bom filme levinho pra assistir naqueles dias de preguiça. E foi mesmo.

Acaba que o desenvolvimento do filme com esse aspecto meio mágico e surreal do surgimento da Ruby deixa tudo mais interessante e menos clichê. E sem dúvidas o filme transcende um pouco o que ele é e nos faz pensar sobre um certo tipo de relacionamento que é controlador, que é opressor, que não sabe lidar com a diferença e individualidade de cada um. É meio tentador pensar em criar alguém que vai ser e fazer exatamente o que você quer, mas se essa é uma boa ideia, é outra história.

Coisas aleatórias numa noite de segunda-feira

Não morri, estou bem viva e vou contar pra vocês.

1. A primeira coisa importante que tenho pra contar é sobre esse blog que agora é parceiro de duas editoras muito lindas, a Gaivota e a Biruta (vocês viram os selinhos ali do lado?). Eu realmente não estava esperando que isso pudesse acontecer e estou bem feliz! As duas publicam livros infantis e infantojuvenis, então aguardem que em breve terão resenhas e vídeos de Três razões pra ler de livros lindezas. Eu amo livros, gente, estou ansiosa já, o que mais posso dizer?

2. A segunda coisa importante é que eu sumi um pouco porque estava participando de oooutro filme. E dessa vez não estava na direção ou em nenhuma função técnica, massss resolvi me aventurar e ser atriz. Vejam vocês que reviravolta!

Eu já tinha atuado antes, só que foram coisas bem simples e secundárias. Mas pra este filme me convidaram pra ser a protagonista. Primeiramente, eu gostei muito. Foi bem divertido e o que e achava que era fácil de fazer, percebi que era difícil e vice-versa. Aprendi sobre direção mais do que nunca e acho que não vou ser mais a mesma quando tiver que dirigir um outro filme. Segundamente, posso ter estragado tudo hahaha Espero que não, amigos, vamos aguardar!

O filme não tem nome ainda, mas tem algumas fotos liberadas pela produção haha!

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Meu tio | Livros & Cinema

Vou começar contando como conheci Meu tio. Foi um daqueles casos de alguém que te indica um filme – no caso minha irmã – e aí um ano depois você decide assistir. Mas antes disso, numa daquelas mega promoções da Cosac Naify, dei de cara com o livro Meu tio e pensei: olha, que legal, aquele filme que não vi foi baseado num livro. Tá barato e parece bom. Comprei.

Aí depois que descobri que o livro foi baseado no filme. Acho que é a primeira vez que leio primeiro um livro que veio depois do filme. Acho que ficou confuso, ficou? Enfim, vamos lá porque quero falar várias coisas.

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Meu tio conta a história de Gérard Arpel, um menino de 8 anos, e suas aventuras com seu tio, o Sr. Hullot. A família Arpel era muito chique e vivia em uma casa ultra moderna projetada pelo próprio Sr. Arpel, que era dono da Usina Plastac, uma fábrica de tubos de plástico. A casa quase que fazia tudo sozinha, pra cada coisa existia um botão, portas que se abriam sozinhas, braços mecânicos pra pegar e guardar coisas, e uma fonte no formato de peixe que era o orgulho do casal. A Sra. Arpel tinha um amor incondicional pela casa e dedicava 100% do seu tempo a ela.

Apesar de todo o conforto, Gérard achava tudo meio chato, não podia brincar, não podia se sujar e tinha que seguir várias regras dentro de casa. E então acabou encontrando liberdade e diversão com seu tio, irmão de sua mãe. Sr. Hullot morava em um bairro diferente, perto de uma praça onde sempre acontecia a feira. O lugar era agitado, as pessoas conversavam na rua, os meninos brincavam e tudo parecia mais alegre e cheio de vida. Gérard era encantado por isso tudo e pelo jeito leve e despreocupado que seu tio levava a vida. Despreocupado até demais!

Meu tio Hullot me parecia, quando eu era criança, um personagem ao mesmo tempo próximo e distante, indiferente e caloroso. É difícil explicar, eu sei. (…) ele era bem alto e bem magro. Andava aos tropeços, meio curvado para a frente, e saía distribuindo cumprimentos sem motivo.

(…) Ele era perseguido por uma fatalidade que o mergulhava em todo tipo de problema. Não perdia a oportunidade de dar uma gafe, de fazer uma trapalhada, mas, pelo jeito como aceitava os golpes do acaso, impassível, impenetrável, sem nem franzir as sobrancelhas, sem reclamar, eu me perguntava de vez em quando se ele não provocava o incidente de propósito.”

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Seguindo a ordem dos acontecimentos na minha vida, vou começar falando do livro. Ele foi escrito pelo Jean-Claude Carrière, um escritor e cineasta bem importante e que ainda está vivo, vale lembrar. Tem gente que acha sem graça, mas eu adoro um livro com ilustrações. Essas foram feitas pelo Pierre Étaix e só depois descobri que eram baseadas nas cenas do filme.

O que me fez gostar do livro – mais do que o filme – foi o fato de que ele é escrito em forma de uma lembrança. Gérard, já adulto, relembra as aventuras que viveu com seu tio, então ali tem um tom nostálgico e até um pouco triste que me agradou e pareceu bem perto da nossa realidade. É engraçado porque às vezes tenho a impressão de que a gente romantiza bastante nossas memórias e que provavelmente as coisas não foram assim como a gente imagina. Mas não importa. O que importa é o sentimento que ficou. Gérard tinha uma admiração enorme pelo seu tio e os lugares por onde passou com ele ficaram marcados de boas lembranças que só trazem um sentimento bom.

Acho que isso acontece com todos nós, não é mesmo?

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No livro, o narrador é o menino Gérard, mas no filme a perspectiva é um pouco diferente. O filme, lançado em 58, foi dirigido e protagonizado pelo próprio Jacques Tati e tem todo um quê de comédia e teatro que acho que nunca vi em outro filme. Os cenários são muito teatrais e as atuações também e acho que parte da graça está aí.

A abordagem é diferente porque não há narrador, o que vemos é a história da família Arpel e as confusões do Sr. Hullot. Então ele perde um pouco o tom mais emotivo que tem no livro, mas continua bom, pode confiar!

Acho que o filme também enfatiza mais e faz uma certa crítica às tecnologias, aos gadgets e à toda a modernização da vida das pessoas. A relação do casal Arpel com a casa é um exagero e às superficialidades das relações que eles tem com outras pessoas é muito contrastante com o que o Sr. Hullot vive no seu bairro. As poucas tentativas que a família Arpel faz de integrar o tio ao mundo deles – por exemplo, colocá-lo para trabalhar na fábrica ou tentar juntá-lo com uma vizinha – são desastrosas. Não dá, a praia do tio Hullot é outra, mas ver tudo isso acontecer no filme é bem engraçado.

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Meu objetivo não é fazer uma comparação pra ficar julgando aqui, longe de mim! Tanto o filme quanto o livro são ótimos, mas, pessoalmente, eu gostei mais do livro porque mexeu também com minhas próprias lembranças. E ambos são bem universais, fazem sentido pro público mais jovem e também pros mais velhos, então todo mundo sai ganhando!

Jacques Tati e seu personagem Sr. Hullot são bem conhecidos, mas foi a primeira vez que eu assisti/li algo deles. Se vocês não conhecem também, fica a recomendação! Vou deixar um trailer pra vocês visualizarem o clima da história!

Pra não esquecer

É engraçado como às vezes a gente precisa do empurrão de alguém pra perceber certas coisas. Ou quem sabe um beliscão? A questão é que na maioria das vezes a pessoa nem percebe que causou esse efeito em você, mas causou e desencadeou um monte de outras coisas.

Aí você pergunta por que, Carol, você tá falando isso? Porque ontem o carteiro tocou aqui em casa, fui até lá e era um pacote da Isa (inclusive, visitem o blog dela!). Ela me mandou esses três livros da foto e disse que era pra gente nunca esquecer nossas paixões.

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Depois disso, comecei a ler um dos livros e pensar no que ela falou e me lembrar desse post que escrevi no ano passado. E eu ando tão preguiçosa, sem concentração pra ler e pra escrever, desanimada até pra ver filme. Então falei O QUE? Eu sei que temos altos e baixos, mas a vida não vai andar sozinha, não é mesmo? Quer dizer, a vida até vai, a gente e as nossas coisas não vão. E pensei em todos os projetos do blog que estão de lado, todos os vídeos que adoro fazer, todos os estudos de filmes que estão pela metade. Eu tenho um trabalho novo que está começando e tenho todas essas coisas maravilhosas que amo fazer e tenho tempo pra tudo, mas tava sendo mais fácil deixar a lontra abraçar minhas costas e me afundar. É sempre mais fácil. E eis aqui meu pequeno desabafo. Acho que esse texto é mais pra mim do que pra qualquer outra pessoa, mas é sempre válido compartilhar essas coisas, né?

Sendo assim, Isa, obrigada demais pelo presente, ele foi o empurrão que eu precisava. Eu fiquei tão mas tão mas tão feliz! Ganhar presente, ganhar o presente certo e ainda da Isa! Até agora não sei como agradecer por ele e por essa amizade louca que aconteceu do nada. A única coisa ruim disso tudo é que você tá bem longe pra eu te dar um abraço, mas prometo que vou pra SP fazer isso e ainda levar meu bolo de côco.

Filmes da semana #15

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Primeiro Filmes da semana e do ano e eu JURO que só tem indicação boa! Acho que comecei o ano com o pé direito em relação ao cinema!

E vocês (aquela pergunta básica), o que andam assistindo por aí?

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Carol (Todd Haynes, 2015)

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Therese Belivet trabalha em uma loja de departamentos, no setor de brinquedos quando conhece Carol, uma mulher mais velha que havia ido até lá comprar um presente de Natal pra sua filha. Depois desse encontro, as duas acabam desenvolvendo uma relacionamento amoroso.

Amigos, apenas uma mensagem: vão ver esse filme. É sensível, é triste e retrata com muita delicadeza o drama de se envolver com uma pessoa do mesmo sexo naquele contexto da década de 50. Imaginem, hoje essa situação ainda está extremamente difícil mesmo com todas as lutas e todas as mudanças políticas que vem ocorrendo. O filme parece retratar bem as barreiras e angústias que as pessoas de mesmo sexo viviam para estarem juntas naquela época, principalmente se você era uma mulher casada e com filhos, o caso de Carol.

Ainda assim, o filme é bonito demais porque, ao meu ver, fala também sobre se apaixonar por alguém. E às vezes acontece assim, de repente, quando menos se espera e por alguém que menos se espera. Infelizmente a vontade de estar junto pode não superar toda a pressão da sociedade quando ela diz que não é certo estarem juntos, mas o sentimento, esse ninguém pode falar que não é certo. Então, gente, aproveitem que ele está em cartaz em muitos lugares, vejam se está aí na cidade de vocês e corram pra ver.

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The Lobster (Yorgos Lanthimos, 2015)

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Num futuro distópico, de acordo com as leis da Cidade, pessoas são proibidas de serem solteiras. Os que tiram o azar de ficarem sozinhos são levados para o Hotel e tem 45 dias para encontrarem um novo alguém e assim se tornarem um casal, sendo liberados pra viver em sociedade novamente. Aqueles que não conseguem cumprir a missão são transformados em um animal (as próprias pessoas escolhem qual animal será) e levados para a Floresta. Nesse contexto, acompanhamos a jornada de David na busca por uma parceira.

A sinopse podia ser maior porque na Floresta acontecem muitas outras coisas e fiquei com muita vontade de escrever aqui. Mas resolvi contar só isso porque era o que eu sabia quando vi o trailer. Por falar nisso, caso vocês assistam ao trailer, não se enganem, não é uma comédia romântica. É um filme muito estranho e denso e faz a gente ficar muito em dúvida se é melhor ser solteiro ou não, dentro da situação do filme. Ao mesmo tempo, faz a gente pensar bastante sobre essa estrutura familiar e monogâmica que é imposta na nossa sociedade. Enfim, de qualquer jeito, não tem uma perspectiva muito positiva, já aviso.

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Reality Bites (Ben Stiller, 1994)

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Um grupo de amigos acabou de se formar na faculdade e, de repente, foram todos empurrados pra realidade de conseguir um emprego, manter uma casa, ter um vida decente, se relacionar com outras pessoas, se apaixonar, procurar um sentido nas coisas do mundo… e ainda conseguir fazer tudo isso funcionar com as ideologias que eles tinham quando ainda eram estudantes.

Quando vi esse filme pela primeira vez eu era bem mais nova, devia ter uns 17 ou 18 anos. Lembro que gostei, mas agora, já tendo passado por essa fase de sair da faculdade, sair de casa e etc, acho que o filme fez muito mais sentido. Inclusive, eu nem achava que ia fazer tanto, porque ele é da década de 90 e pensei que “já tá velho, né?”. Mas, olha, tem uns probleminhas aí que não mudaram muito em 20 anos não, viu? Tem certos dramas que vão sempre andar juntos com nossa existência, ao que parece.

Se você já viu esse filme há algum tempo, assim como eu, recomendo assistir novamente. Apesar de ser um filme bem, digamos, jovem, é daqueles que fazem bem assistir quando estamos mais velhos. É minha impressão.

(E tem Winona e Ben Stiller novinhos com cara de anos 90, vale a pena!)

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Top 5 nostalgia

Bateu uma super nostalgia aqui esses dias porque tenho assistido a alguns clipes que eu gostava na adolescência. Saudades da época em que a única preocupação era chegar em casa da escola a tempo de assistir Disk MTV e no sábado voltar rápido do almoço pra ver Top 20. Quem viveu isso? Não é possível que foi só eu e minha irmã!

Teve um tempo que ficou especificamente marcado na memória (acho que entre 2002 e 2004) e eu quase que decorei quais os clipes que passavam no Top 20 nesses anos. Inclusive, tenho um VHS gravado com um dos programas. Preciso encontrar isso!

Então resolvi fazer essa sessão nostalgia e compartilhar com vocês alguns desses clipes que fizeram parte da minha infância/adolescência – todos os dias, por vários anos! São muitos, mas fiz o esforço de selecionar.

Alguns comentários:

1. Não tem como Complicated não ser meu número um. É o primeiro clipe que lembro quando penso nessa minha fase MTV. Acho que nenhuma outra banda/cantor(a) me marcou tanto quanto ela e tenho certeza que não fui a única. Quem não queria usar calça larga e usar gravata? Além de amar as músicas (o primeiro álbum mais especificamente), eu também vivi uma crise por causa da Avril… Pessoas costumavam dizer que nós éramos parecidas fisicamente e inclusive me chamavam de Avril Lavigne na escola, etc. Era bem chato, mas também secretamente legal já que era a cantora que eu mais gostava, haha! Ou seja, foi marcante em muitos níveis.

2. Don´t let me get me também é um que sempre me vem à mente. Eu costumava gostar de clipes que se passavam em ambiente de escola e etc, por razões óbvias, tipo All the things she said e Hollaback girl.

3. Acho que umas das primeiras vezes que prestei atenção nos clipes e gostei deles como vídeo, independente da música, foi quando assisti a esse do Oasis e do U2. Sempre achei que eram esteticamente diferentes e bonitos e me atraíam por isso. A história do cara com a sereia e em preto e branco me deixava vidrada!

4. Eu não estaria sendo honesta comigo nem com meu passado se eu não colocasse a Britney aqui. Eu era rock`n`roll, mas sempre gostei de dançar e não tenho vergonha disso. Nisso, Britney teve sua função. Eu via os clipes 300 vezes pra copiar a coreografia e dançar com minha irmã e amigas. Eu sabia várias (ainda sei, haha).

Agora quero saber o que vocês gostavam de ouvir na adolescência! Sem vergonhas, gente, todo mundo teve sua fase… Adoro essas histórias!