Primeiro Filmes da semana e do ano e eu JURO que só tem indicação boa! Acho que comecei o ano com o pé direito em relação ao cinema!
E vocês (aquela pergunta básica), o que andam assistindo por aí?
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Carol (Todd Haynes, 2015)
Therese Belivet trabalha em uma loja de departamentos, no setor de brinquedos quando conhece Carol, uma mulher mais velha que havia ido até lá comprar um presente de Natal pra sua filha. Depois desse encontro, as duas acabam desenvolvendo uma relacionamento amoroso.
Amigos, apenas uma mensagem: vão ver esse filme. É sensível, é triste e retrata com muita delicadeza o drama de se envolver com uma pessoa do mesmo sexo naquele contexto da década de 50. Imaginem, hoje essa situação ainda está extremamente difícil mesmo com todas as lutas e todas as mudanças políticas que vem ocorrendo. O filme parece retratar bem as barreiras e angústias que as pessoas de mesmo sexo viviam para estarem juntas naquela época, principalmente se você era uma mulher casada e com filhos, o caso de Carol.
Ainda assim, o filme é bonito demais porque, ao meu ver, fala também sobre se apaixonar por alguém. E às vezes acontece assim, de repente, quando menos se espera e por alguém que menos se espera. Infelizmente a vontade de estar junto pode não superar toda a pressão da sociedade quando ela diz que não é certo estarem juntos, mas o sentimento, esse ninguém pode falar que não é certo. Então, gente, aproveitem que ele está em cartaz em muitos lugares, vejam se está aí na cidade de vocês e corram pra ver.
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The Lobster (Yorgos Lanthimos, 2015)
Num futuro distópico, de acordo com as leis da Cidade, pessoas são proibidas de serem solteiras. Os que tiram o azar de ficarem sozinhos são levados para o Hotel e tem 45 dias para encontrarem um novo alguém e assim se tornarem um casal, sendo liberados pra viver em sociedade novamente. Aqueles que não conseguem cumprir a missão são transformados em um animal (as próprias pessoas escolhem qual animal será) e levados para a Floresta. Nesse contexto, acompanhamos a jornada de David na busca por uma parceira.
A sinopse podia ser maior porque na Floresta acontecem muitas outras coisas e fiquei com muita vontade de escrever aqui. Mas resolvi contar só isso porque era o que eu sabia quando vi o trailer. Por falar nisso, caso vocês assistam ao trailer, não se enganem, não é uma comédia romântica. É um filme muito estranho e denso e faz a gente ficar muito em dúvida se é melhor ser solteiro ou não, dentro da situação do filme. Ao mesmo tempo, faz a gente pensar bastante sobre essa estrutura familiar e monogâmica que é imposta na nossa sociedade. Enfim, de qualquer jeito, não tem uma perspectiva muito positiva, já aviso.
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Reality Bites (Ben Stiller, 1994)
Um grupo de amigos acabou de se formar na faculdade e, de repente, foram todos empurrados pra realidade de conseguir um emprego, manter uma casa, ter um vida decente, se relacionar com outras pessoas, se apaixonar, procurar um sentido nas coisas do mundo… e ainda conseguir fazer tudo isso funcionar com as ideologias que eles tinham quando ainda eram estudantes.
Quando vi esse filme pela primeira vez eu era bem mais nova, devia ter uns 17 ou 18 anos. Lembro que gostei, mas agora, já tendo passado por essa fase de sair da faculdade, sair de casa e etc, acho que o filme fez muito mais sentido. Inclusive, eu nem achava que ia fazer tanto, porque ele é da década de 90 e pensei que “já tá velho, né?”. Mas, olha, tem uns probleminhas aí que não mudaram muito em 20 anos não, viu? Tem certos dramas que vão sempre andar juntos com nossa existência, ao que parece.
Se você já viu esse filme há algum tempo, assim como eu, recomendo assistir novamente. Apesar de ser um filme bem, digamos, jovem, é daqueles que fazem bem assistir quando estamos mais velhos. É minha impressão.
(E tem Winona e Ben Stiller novinhos com cara de anos 90, vale a pena!)
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