Eu não sei o que fazer da vida e tá tudo bem

Eu venho tentando escrever um post com o título ‘Sobre ter 25 anos e não saber o que fazer da vida’. Num primeiro estágio, não conseguia terminar de escrever porque o tema é complexo. Num segundo estágio, mais recente, me senti boba demais. Parecia que eu tentava me justificar e, na boa, não tenho que provar nada pra ninguém.

Então, comecei a escrever um segundo post sobre essa bomba de ansiedade que os tempos atuais criam em nós que não sabemos o que fazer da vida, dizendo que temos que ser empreendedores, que somos a geração y-sei-lá-o-que, que temos todas as ferramentas, que temos que descobrir o que a gente ama e fazer isso para o resto da vida e etc e tals.

Resultado: estou no primeiro estágio desse segundo post, o tema é muito complexo e fico dando voltas e voltas. Acho que vou guardar tudo o que escrevo e mostrar um dia para meu futuro analista e ver se o que ele acha.

Talvez algum dia eu termine de escrever e compartilhe por aqui, mas por enquanto vou resumir as ideias e dizer: tá tudo bem não saber o que fazer da vida. Não precisamos provar nada mesmo pra ninguém, não precisamos transformar as coisas que a gente ama em trabalho e não precisamos deixar de fazê-las, não somos obrigados a responder a pergunta ‘e agora, o que você vai fazer?’, não podemos nos sentir mal em ter um trabalho que não é considerado glamouroso, não podemos comparar nossa vida com a de outras pessoas. Mas o principal: não faz mal não ter respostas imediatas, não faz mal ter dúvidas e não saber pra onde ir.

Eu não sei pra onde eu tô indo e tenho dito.

(Leandro e Leonardo resumiram bem essa situação na música Um Sonhador. Não tô de graça, ouve lá!)

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*a ilustração é do artista Masako Kubo.