Já disse várias vezes aqui que filmes com crianças no elenco, principalmente quando todos são crianças, me chamam muita atenção e foi principalmente por isso que quis assistir esse. Éclat du jour – ou Daybreak, em inglês – é de Montreal e foi dirigido por Ian Langarde.
Tecnicamente falando, o filme é bom e bonito. Gostei dos enquadramentos, das locações, os movimentos de câmera são precisos, os figurinos bem naturais. Tudo isso combinado com diálogos mínimos, acabou criando uma vibe bem realista e natural mesmo, não tenho outra palavra, no sentido de que, pra mim, tudo aquilo poderia de fato acontecer e ser daquela forma.
O plano inicial do menino andando com o espelho foi excelente. Quem nunca fez isso? E o outro momento em que o outro menino estava, sei lá, testando seus limites ao brincar de ser enforcado e depois começa a fazer caretas foi esquisitíssimo, mas genial na minha opinião. Gosto desses momentos estranhos, que não dizem nada, que não estão tentando “passar uma mensagem”, mas que fazem todo o sentido de estarem ali.
Mas, mais do que o aspecto técnico, achei que o curta foi feliz em tratar desse momento da infância em que ser curioso, ser inocente, ser cruel, querer se divertir, está tudo junto e misturado. São linhas muito tênues que dividem todas essas situações exatamente porque quando somos crianças, somos crianças. Na maioria das vezes não sabemos a consequência do que fazemos. As coisas valem por si só no momento em que elas acontecem.
Enfim, é difícil dizer porque minha cabeça não pensa mais como quando eu era criança e não me lembro porque eu fazia as coisas que fazia. Mas, e acho que nesse ponto que o filme foi feliz, nós todos conhecemos a sensação de ser pegos, de estar fazendo algo errado, de ter magoado alguém, por maior que seja nossa inocência quando pequenos. É horrível quando percebemos que fizemos merda, né? E conhecemos esse sentimento e conseguimos lembrar dele justamente porque acredito que seja o mesmo que sentimos desde quando éramos crianças até hoje.
Esse não é o filme da minha vida, gente, não é o melhor curta que já vi, mas me fez pensar nessas coisas. E acho que quando um filme me faz pensar assim, ele foi bom pra mim. E se foi bom pra mim, eu fico com vontade de mostrar pra vocês!
E é isso. Me contem o que vocês acharam se assistirem!
Bom final de semana!