Filmes da semana #14

God help the girl (Stuart Murdoch, 2014)

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Eve tem alguns problemas emocionais e psicológicos bem sérios e começa a escrever músicas para ajudá-la a superar essas dificuldades. Nesse processo, ela foge do hospital em que está internada e acaba conhecendo James e Cassie. Os três se tornam amigos e a música tem ocupa um espaço bem importante nessa amizade.

Esse é um filme pra quem gosta de musical. E também pra quem gosta de filmes sobre amizade. Acho que tenho visto muito filmes sobre romance ou sobre amizades que viram romances depois… Mas tem poucos filmes apenas sobre amizade, vocês não acham? Enfim, recomendo esse. Mas aviso de novo: é musical, ok?

O filme é dirigido pelo Stuart Murdoch, da banda Belle and Sebastian. Então, quem gosta do som deles, talvez vá gostar do filme também!

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St. Vincent (Theodore Melfi, 2014)

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Sem querer, um outro filme sobre amizade. Só que dessa vez entre Vincent, um homem rabugento, e seu novo vizinho, o menino Oliver. Os pais de Oliver estão se divorciando e Vincent tem sérios problemas pra ser educado e organizar a própria vida, mas a partir daí os dois desenvolvem uma relação bem inusitada.

Confesso que escolhi esse filme porque no dia queria assistir a algum com o Bill Murray no elenco. É bem levinho e divertido. Bem cara de sexta-feira esticados na frente do ventilador!

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Isolados (Tomas Portela, 2014)

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Lauro e Renata decidem passar alguns dias em uma casa em um lugar isolado e tranquilo – se não estou enganada, na região de Petrópolis, no RJ. No início da viagem, eles ficam sabendo através do dono de uma vendinha de estrada, que algumas mulheres haviam sido assassinadas na região. Lauro decide não contar à Renata, para não assustá-la, e continua com os planos e vai para a casa mesmo assim.

Em primeiro lugar, se não deu pra perceber, esse é um filme de terror. E o motivo pelo qual eu decidi falar dele aqui é porque foi o primeiro filme de terror brasileiro que eu assisti. Bom, já vi outros tipo Zé do Caixão, mas esse é contemporâneo e bem parecido com os filmes norte-americanos que vemos por aí.

Enfim, não é o filme da vida, segue bem os clichês de um filme clássico de terror e não deixa nada a desejar nesse ponto, além de ter sido muito bem realizado. Então, se você gosta de filmes de terror independentemente dos clichês, recomendo dar uma chance pra esse e colocá-lo na sua listinha!

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Essas são minhas dicas pra essa sexta-feira de puro calor! Assistir filmes nessa época é sempre mais difícil. Haja ventilador e água gelada!

Mas e vocês? Tem alguma recomendação de filmes? Contaí!

Os teasers

Como comentei no último post, a data de estreia do nosso filme é 31 de outubro. Está super perto! Como ele tem ocupado minha mente quase 100% do tempo, pensei: por que não falar sobre ele blog então, já que está difícil pensar em outra coisa? Mas, ok, se você é novo por aqui, vou resumir rapidamente do que se trata porque esse assunto está espalhado bem desordenadamente no blog.

Já tem um tempo que a gente (eu mais namorado mais amigos) embarcamos na aventura de fazer cinema e já temos alguns curtas-metragens realizados nos últimos 7 anos. Mas o curta desse ano – O bicho que come dentro da gente – é um pouco mais especial porque ele é a consequência de um prêmio que ganhamos no ano passado com nosso último curta!

E exatamente por ser especial assim, a pressão e ansiedade em torno dele também é maior, pelo menos pra mim. Já gravamos tudo e estamos na fase de edição. Amigos, não-está-sendo-fácil. Quem já teve a experiência de editar qualquer tipo de vídeo, sabe que é uma fase crucial do processo todo. Qualquer cena retirada ou adicionada, qualquer plano cortado ou aumentado faz muita diferença. A música, então, nem se fala, muda o clima das cenas completamente. Ou seja, é um momento de decisões bem importantes (principalmente quando o prazo tá ali e precisamos entregar o filme pronto em alguns dias, haha! #socorro).

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Mas está tudo bem, tudo sob controle e tudo vai dar certo. Então, nesse post vim compartilhar os teasers que liberamos há alguns dias. O trailer ainda está sendo feito, mas nem sei se vai dar pra postar por aqui antes da estreia no festival.

Por muito tempo, fui uma fominha de trailers. Assistia a vários todos os dias. Agora mudei um pouco esse hábito… Tem trailer que é praticamente um resumo do filme inteiro, então perde totalmente a graça. Daí fico na dúvida se assisto ou não. As vezes começo a ver e paro no meio do caminho se sinto que vai mostrar demais. Vocês são assim?

Enfim, contando pra vocês um pouco desse processo e pensando nessa experiência com os trailers, pra esses teasers – fui eu que montei – tentei mostrar um pouco do clima do filme, mais do que contar algo da história em si. Acho que é mais interessante, mesmo porque o teaser geralmente é menor do que o trailer, então nem teria tanto espaço assim pra ser profundo. Como o próprio nome já diz, é um teaser, uma provocaçãozinha pros espectadores.

Também criei uma regrinha mental pra estimular minha criatividade e não entregar muito da história, que foi a de não mostrar o rosto de nenhum personagem. Essas regras forçadas sempre nos ajudam pra não ficarmos perdidos em frente à tanto material e evitar aquela pergunta: por onde começo? #ficaadica

E aqui estão!

Depois do lançamento do filme, iremos disponibilizá-lo no youtube. Enquanto isso, temos postado algumas novidades e fotos na página do filme no facebook, pra quem quiser acompanhar!

Filmes da semana #13

filmes da semana

Vejam só quem andou assistindo filmes. Sim, euzinha. Acho que já comentei isso por aqui, mas, não sei o porquê, andei meio desanimada/com preguiça/sem paciência pra assistir filmes uma boa parte desse ano. Enfim, todos temos esses momentos…

E aí que isso mudou recentemente e assisti alguns filmes inesperados e bons, inclusive alguns da minha meta desse ano. Então podem esperar mais filmes da semana vindo por aí…

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Um senhor estagiário (The Intern, Nancy Meyers, 2015)

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Ben, com 70 anos, viúvo e com muita vontade de fazer atividades pra preencher o tempo e dar sentido à vida, entra em um programa de estagiário sênior na empresa de Jules Ostin, a About the size, um site gigantesco que vende roupas online. Ben, muito animado, é convocado para ser estagiário pessoal de Jules, que no primeiro momento não gosta da ideia, apesar de ser sobrecarregada de trabalho, não dormir, não comer e não ter tempo pra família.

Tinha séculos que eu não passava pelo cinema e resolvia assistir a um filme na hora, o que quer que estivesse em cartaz. De todas as opções desse final de semana, eu e Dudu acabamos escolhendo esse e, aí gente, que o filme é bonitinho demais! Achei bem contemporâneo no sentido de que é fácil de se identificar com as questões dos personagens. Por um lado, tem uma pegada feminista bem interessante e bem aparente (e que acho difícil de aparecer num filme como esse), com toda a situação de Jules ser dona de uma mega negócio, sustentar a família (e o casamento). Por outro lado, o filme me fez pensar bastante sobre a questão do envelhecimento, que acho que sempre nos pega em algum momento da vida… Tanto em relação aos nossos relacionamentos (o filme é de amor também, gente <3), quanto sobre como vai ser a vida quando ficarmos velhinhos.

Dá pra rir e dá pra chorar um pouquinho também. Fica a dica, ainda está em cartaz!

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Homens, mulheres & filhos (Men, women & children, Jason Reitman, 2014)

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Um grupo de adolescentes do ensino médio e seus pais tentam viver suas vidas, construir suas relações nessa era em que a internet toma conta das nossas vidas e modifica todas essas interações. A história é dividida em núcleos familiares, cada um lidando com diferentes problemas como comunicação, privacidade, auto-imagem e, principalmente, o controle e a vigilância que a internet propicia hoje em dia, tópico que, imagino, todos temos alguma experiência.

Confesso que quando assisti ao trailer, não esperava que o filme fosse ser tão interessante. Apesar de uma ou outra coisinha meio forçadas no roteiro, assim como o filme anterior, Homens, mulheres & filhos é um drama familiar totalmente atual que vale pra todas as idades. É um bom filme e é daqueles que terminam e imediatamente temos assunto pra conversar porque ele está super conectado com o que vivemos hoje.

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Terra Estrangeira (Walter Salles, 1996)

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Em meados dos anos 90, Paco decide ir embora do Brasil com destino à cidade natal de sua mãe, San Sebastian, na Espanha. Nessa viagem, Paco se vê envolvido junto com outras pessoas em um esquema de contrabando que o levará à coisas boas e perigosas.

Hoje o Dudu comentou que Terra estrangeira lembra um pouco os filmes do Godard e acho que ele está totalmente certo. Godard tem uma frase famosa que diz que tudo que você precisa para um filme é uma garota e uma arma e tem tudo a ver com esse filme. Além disso, tem fuga, tem perigo, tem viagens que desembocam no mar (que é essa imagem maravilhosa do cartaz!) e personagens que perambulam, sem nada a perder, mas também sem muito a ganhar.

É bem bonito. Eu não sabia absolutamente nada sobre ele antes de assistir e foi a segunda surpresa boa desse final de semana!

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Homens, mulheres & filhos e Terra estrangeira estão na minha lista de metas pra esse ano. Os dois foram filmes que fiquei com vontade de assistir por causa do cartaz e estou feliz porque me surpreenderam. Gosto muito de assistir filmes assim, sem saber o que esperar deles! Essa listinha só tem me trazido alegrias até agora, haha!

E vocês, gente, o que tem assistido por aí? Alguém aí tem boas indicações?

Eles Voltam: o melhor filme de todos os tempos da última semana

“É um filme sobre gente, sobre momentos e sobre pequenos encontros que todas as pessoas passam. Sugiro que prestem mais atenção a esses momentos”, essas são as palavras de Marcelo Lordello, o diretor do longa Eles Voltam. Parece uma mensagem um tanto simples e generalista. Mais simples ainda é a história que o filme conta: Cris e seu irmão Peu são deixados na beira da estrada por seus pais como forma de castigo. Eles tem duas opções, ficar ali esperando ou arrumar uma maneira de voltar para casa.

Toda essa simplicidade foi muitíssimo bem trabalhada por Marcelo, que fez um dos filmes mais bonitos que vi nos últimos tempos. Ele passou no Primeiro Plano (falei um pouco do festival no último post!) e fiquei feliz de ter assistido. Mas vai estrear em circuito comercial \o/ Na verdade, eu já tinha ouvido falar do filme porque ele ganhou muitos prêmios. Ganhou melhor longa de ficção, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante no Festival de Brasília.

Prêmios merecidíssimos. Estou boquiaberta até agora com a atuação. Malu – a protagonista – era filha de alguém que o diretor conhecia e foi assim que se encontraram. Ela tinha doze anos quando topou fazer o filme. Quero dicas da direção de atores, gente, haha. E isso não só por conta da protagonista. Pelo que li rapidamente nos créditos, parece que eles também gravaram num assentamento do MST e certamente aquelas pessoas também não era atores profissionais e é impressionante a naturalidade e a realidade que eles conseguiram passar no filme.

Eles Voltam é de Pernambuco, lugar de onde tem saído alguns destaques do cinema nacional atualmente, como Kleber Mendonça, do premiadíssimo O Som ao Redor, e os meninos do Alumbramento, do Estrada para Ythaca. O que mais me chama atenção é que o filme foi feitos com poucos recursos – a ideia inicial era que fosse um curta-metragem – mas isso não fica aparente de jeito nenhum.

Isso, para mim, afasta e reforça duas ideias ao mesmo tempo. A primeira é que é uma besteira isso de que agora como todo mundo tem câmera, todo mundo filma e fotografa o tempo todo, perdeu-se a qualidade porque afinal ninguém pensa mais antes de apertar o botão, etc. A segunda é que um bom equipamento e técnica podem ajudar a fazer o filme ficar melhor, mas não é determinante de um bom filme. Esse ano no festival vi curtas de estudantes das melhores faculdades de cinema do Brasil, com a técnica impecável e atores Globais, mas que no final a gente falava: nhé.

Porque o que importa é mais do que uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Marcelo Lordello teve um olhar, uma sensibilidade e disse algo as pessoas – pelo menos para maioria das que eu conversei sobre o filme. Não era nada espetacular, extraordinário, com uma super lição de moral. Foi espetacular, sim, mas aquela simples história contada com tanta sensibilidade. E aí, então, vem a técnica, planos lindos, movimentos de câmera precisos, diálogos sem mimi e a atuação que não canso de repetir que foi excelente.

Não sei como é o processo criativo de vocês – seja para criar qualquer coisa – e nem como foi o do diretor, mas estou cada vez mais convencida de que as melhores obras são aquelas que a gente percebe a mão de quem a fez. O filme não é só um filme. Ele foi feito por alguém que realmente acreditava naquilo. E sabemos disso porque percebemos que tem algo além daquela história e daqueles enquadramentos e diálogos. Percebemos que é parte de alguém.

Muitos podem dizer que isso é subjetivo e que cada um faz uma relação com o que cria/consome. Pode ser que algo que me toque não vá tocar você, isso é totalmente verdade. Mas a partir daí, então, teríamos que falar sobre intensidades de… intensidades. Eles Voltam, para mim, está no topo da lista dos filmes mais intensos, levando em conta tudo que eu falei aí, que assisti nesse ano. E eu espero, sinceramente, – só pra não perder a piada – que eles voltem.

Fonte: Diário de Pernambuco