California dreamin’

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Sabe aquela sua primeira câmera digital que você ganhou quando era adolescente tipo, no meu caso, há dez anos atrás? Então, de repente, se ela ainda tá por aí, sugiro colocar pra funcionar porque podem sair fotos bem legais, principalmente se ela estiver meio estragadinha. É triste, mas verdade. Quase anos 90 sem precisar de nenhuma edição!

Figurino #4: Matilda

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Essa não é a primeira vez que Matilda aparece por aqui. Ela é a protagonista do filme Léon, the Professional e eu já declarei todo o meu amor por ele aqui.

Além da história, que é boa demais, foi meio impossível para mim não reparar no figurino de Matilda. Primeiro porque geralmente é o tipo de coisa que eu costumo reparar mesmo. Segundo porque é difícil não notar as combinações que ela usa quando você foi uma criança nos anos 90!

Como esquecer os shortinhos jeans de cintura alta? Os chokers? As roupas de crochê?

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Na história, Matilda é obrigada a fugir de casa com o vizinho e novo amigo, León. Apesar de criança, ela se vê de repente envolvida numa confusão que a obriga a ter uma certa maturidade e a fazer coisas que provavelmente não devia, como ser parceira de um matador de aluguel.

O figurino, pra mim, foi bem mais do que apenas conjuntinhos legais e notei que ele foi um elemento importante para ajudar a contar a história de diferentes maneiras.

A primeira tem a ver com seu próprio estilo. Matilda tem certos itens que são inseparáveis dela, como o colarzinho tipo choker, a bota e o cardigã que parece de crochê. Tudo com muita cor e muita textura. Mas isso, além de ajudar a compor o estilo da personagem, tem a ver também com a própria situação em que ela está.

Com a fuga repentina de casa, Matilda acaba passando uma boa parte do filme usando as mesmas roupas, variando muito pouco entre as poucas coisas que ela conseguiu pegar em casa. Essas peças, como o casaco, permanecem com ela até as cenas finais do filme, e de certa forma simbolizam suas raízes, um certo vínculo que permaneceu com sua casa e sua família, apesar de não estar mais com eles. Ou seja, acaba sendo uma conexão com seu passado.

Por outro lado, longe de casa, Matilda passa a trabalhar com León e, de uma maneira até engraçada, ela passa a se vestir como ele. Usa uma touquinha de crochê e um óculos tipo John Lennon quando estão em ação e uma camiseta branca como a de León quando fazem faxina e exercícios em casa. Uma atitude bem própria de criança, vestir roupas de adulto para brincar (eu fazia isso demais com as roupas da minha mãe!), só que com uma finalidade nada divertida nesse caso.

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Bom, essas são algumas impressões e sensações que me passaram quando comecei a prestar atenção no que os personagens vestiam no filme. A costume designer do filme se chama Magali Guidasci e, claro, não faço a menor ideia do que ela pensou para compor o figurino, embora eu gostaria muito de saber.

Apesar de já ter alguma experiência com curtas-metragens, na hora da ação, sempre me esqueço que essa parte do figurino é mais complexa do que parece e essas análises sempre ajudam a pensar em referências e também na importância que as roupas e os adereços podem ter dentro de um filme.

E, ah, gosto demais desse filme, gente! Se não conhecem a história de León e Matilda, fazfavor! <3

Em cartaz #29: León, The Professional

Para começar o ano bem, o primeiro post de 2015 vai ser sobre um dos melhores filmes que assisti nos últimos tempos. Com certeza é também um daqueles que estavam na minha lista esperando há muito para para ser escolhido. Vários de vocês já comentaram sobre ele por aqui e eu deveria ter assistido antes!

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León, León: The Professional, O Profissional são algumas variações do título desse filme belíssimo do Luc Besson, lançado em 1994.

Ele conta a história do encontro entre León e Matilda. Ele, um assassino profissional, impecável no trabalho que faz, quase um mágico, tamanha destreza e habilidade para matar pessoas. Ela, uma garota de 12 anos, que mora com o pai, o irmão, a madrasta e sua meia-irmã. Uma família problemática, para dizer o mínimo.

Um dia, toda sua família acaba sendo assassinada devido ao envolvimento do pai com o tráfico de drogas. Matilda se safou porque havia ido ao mercado comprar coisas para casa e também um litro de leite para seu vizinho, León. Ao voltar e ser surpreendida com a situação, ela não tem onde procurar abrigo, a não ser com León. Os dois não são íntimos, mal se conhecem e, relutantemente, ele aceita ficar com ela por um tempo. E ela está decidida a aprender o ofício de León, para vingar a morte de seu irmão, o único com que ela realmente se importava.

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Confesso que não fiquei muito empolgada com os cartazes. Os originais mais divulgados por aí (os dois primeiros) tem bastante cara de cartaz de filme de ação dos anos 90 e não são lá muito atraentes. Mas existem vários trabalhos legais feitos por fãs e também versões de outros países mais interessantes.

Mas os motivos pelos quais eu gostei do filme são muitos. Então, vamos lá.

Primeiro: acho que todos aí conseguem identificar que é a Natalie Portman nos cartazes, certo? Na época, ela tinha entre 12 e 14 anos (não sei ao certo quanto tempo durou a produção do filme) e este foi seu primeiro longa-metragem. Gente, não tem outra forma de dizer isso, ela simplesmente samba na cara de todo mundo nesse filme. Essa mulher nasceu pra atuar mesmo, não tem jeito!

O filme não é delicado, não tem temas delicados e Matilda é uma personagem sofrida e forte, que lida com o amor e a morte de formas intensas. Foi uma estreia poderosa para uma pessoa tão jovem, sem dúvidas. (Encontrei no youtube o vídeo com o teste da Natalie para o filme, vale a pena assistir!)

Vi uma entrevista em que Natalie conta como foi dureza os pais a deixarem atuar no filme. Claro, não deve ser exatamente a personagem que os pais sonham para suas filhas de 12 anos. Parece que eles colocaram várias condições para que ela pudesse participar e Luc Besson acatou. Por exemplo, Natalie conta que eles pediram que ela aparecesse com cigarro apenas 5 vezes durante o filme todo e que nunca deveria tragar. Algumas cenas com conotações sexuais também foram retiradas do roteiro.

Fico feliz que Besson tenha aceitado, de outra forma pode ser que Natalie não tivesse uma estreia tão boa no cinema (mentira, ela teria sim!). E enfim, acho que o filme está no ponto certo. Talvez se tivesse sido mais explícito, seria no mínimo estranho e desconcertante.

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Eu adoro filmes em que há personagens principais crianças, mas que não sejam para crianças, e sim sobre elas e esse é mais um motivo que me fez gostar de León. Ele é assim e conquistou meu coração logo nos primeiros minutos.

Ao mesmo tempo que notamos como a garotinha é forte, ao longo do filme vai se aflorando por trás de toda aquela carcaça de matador profissional, o lado mais sensível e doce de León. Acima de tudo, acho que esse encontro inesperado e a forma como a relação deles se desenvolve é o que mais me fez gostar do filme.

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Se você não assistiu, fica a recomendação, a primeira do ano! Para quem tem curtido essa vibe anos 90 também indico muito o filme. A direção de arte é excelente e Matilda é uma garotinha com muito estilo.

Me lembro que muitos de vocês já citaram o filme nos comentários, então quero saber o que vocês acharam! Me contem aí!

Os cartazes são do site the image kids has it.